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Imagina na Copa!

Olá pessoal! Acharam que eu tinha abandonado este blog em definitivo?! Negativo, ainda estou firm e forte por aqui! :-)… Só que vou parar de prometer voltar a escrever em um ritmo normal, já que cada vez que faço isto, acontece algo que me impede totalmente… No último post, falei sobre o aplicativo do Sistema Poliedro que estávamos trabalhando e que posteriormente foi denominado P4Ed (ou simplesmente P+). Então, de lá para cá ficamos (e continuamos!) completamente envolvidos com ele, muitas novas funcionalidades, várias versões, centenas de APIs… A compensação é que vemos o resultado, utilizado por milhares de alunos todos os dias, e nos sentimos orgulhosos de termos contribuído. Os aplicativos são um sucesso e nem tudo ainda foi disponibilizado, as próximas versões irão conter ainda mais funcionalidades e características e farão o P+ ser cada vez mais uma referência absoluta de mercado.

O trabalho neste projeto nos fez confrontar vários “dogmas” internos da White Fox. Como visto em posts anteriores, um dos grandes diferenciais da White Fox é o uso de um framework que permite grande produtividade no desenvolvimento de sistemas e, em especial, de interfaces. Porém, nestes 4 anos de empresa, duas coisas aconteceram: como mencionamos no post anterior, o trabalho do P+ nos fez focar na entrega de produtos SEM interface; nós fomos encarregados de desenvolver APIs e regras de negócio de servidor enquanto que empresas parceiras trabalham em paralelo na confecção de interface. Embora isto nos permitiu desenvolver o P+ em tempo recorde, ele fez com que grande parte do nosso framework fosse totalmente descartada. Daí tivemos que nos reinventar pra conseguir, tendo uma API como produto final, ter a mesma produtividade que estávamos acostumados.

O segundo fato importante destes 4 anos foi uma mudança significativa na característica das interfaces. A web continua importante, mas temos também agora, em pé de igualdade, interfaces de dispositivos móveis (em seus vários tipos) e integrações diversas com outros sistemas e plataformas. As próprias interfaces web, graças a uma evolução cada vez maior de frameworks javacript (como AngularJS, Backbone, Knockout etc.) fizeram com que todo o conceito de desenvolvimento mudasse. Com isto, parte de nosso framework perdeu sua aplicabilidade. Sobre isto, espero fazer um ou mais posts específicos, revisitando o assunto de produtividade.

O bom de se trabalhar com desenvolvimento é que o trabalho nunca é monótono. As mudanças acontecem, e em ritmo rápido. A própria Microsoft, talvez pressionada por plataformas diferentes, tem acelerado bastante o ciclo de vida de suas ferramentas e plataformas. Mal o Visual Studio 2013 foi lançado, no final do ano passado, e já tivemos o Update 1 (e, brevemente, o Update 2). Web API, aplicações MVC e a evolução acelerada da plataforma Azure, com um sem número de facilitadores, módulos e serviços prontos, faz com que tenhamos que repensar toda nossa infraestrutura de código. Só que temos que fazer isto com o avião voando; temos um sem número de sistemas pra manter, que devem continuar funcionando e ao mesmo tempo serem evoluídos para fazer uso de toda esta nova tecnologia.

Junte a isto tudo o desafio de escalabilidade do P+, também mencionado anteriormente. Embora, como arquitetos, nós busquemos fazer sistemas que sejam escaláveis, isto vale até certo ponto. Uma coisa é projetar um sistema para 10 usuários que pode chegar a 10.000 em um ano. Outra, totalmente diferente, é projetar um sistema para 5.000 que pode chegar a 1.000.000 de usuários em pouco tempo. Isto exige um grande planejamento, um trabalho grande de identificação de gargalos e, às vezes, soluções pouco ortodoxas. No P+ temos trabalhado incessantemente para buscar arquiteturas que permitam suportar grandes volumes na Cloud sem ter que reescrever a aplicação a cada aumento. É grande desafio e que, quando não adequadamente tratado, gera situações complicadas de gerenciar. Mais ou menos como suportar uma Copa do Mundo em um ambiente sem a infraestrutura adequada. E nem é só uma questão de recursos, se eles forem mal empregados ou seu uso for mal planejado, vocês podem imaginar o resultado – ou vivê-los, como vamos ter a oportunidade de fazer aqui na cidade maravilhosa, em menos de 1 mês.

Vou ficando por aqui. Tenho vários tópicos mais técnicos rascunhados que espero em algum momento transformar em posts. Até a próxima então!

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White Fox: Ano I

Oi pessoal! Este mês comemoramos um ano de White Fox… Nem parece que já se passou um ano desde o início! Acho que o tempo passa mais depressa quando estamos fazendo algo que gostamos. Depois de definirmos o conceito do que buscávamos e iniciar a empresa, passamos este ano consolidando e definindo processos de trabalho e refinando nossos objetivos e áreas de atuação.

Na parte interna, conseguimos evoluir muito mais do que esperava. Nosso framework está extremamente maduro, conseguimos atingir o que eu sempre buscava em termos de produtividade, para manutenção e sistemas novos. Claro que ainda tem muita coisa a evoluir, especialmente nas partes mais complexas, ligadas à interface. Mas nas áreas de infra-estrutura, de suporte ao domínio (repositórios, serviços) e de serviços horizontais (segurança, log, agendamento), atingimos um nível ótimo. Atualmente, quando iniciamos uma nova aplicação, perdemos muito pouco tempo até termos algo básico no ar, com todas as funcionalidades mínimas necessárias (login etc.). Vamos continuar evoluindo, mas ele está tão maduro que hoje precisamos gastar muito pouco tempo na sua manutenção e evolução.

Outra área que evoluiu muito mais do que esperava foi a parte de gestão de processos de desenvolvimento. Graças ao esforço do Christian (que gosta muito desta área), conseguimos definir, implantar e criar ferramentas de gestão dos processos de desenvolvimentos ágeis que usamos nos nossos projetos novos e de manutenção. Ainda tem muita coisa a ser feita, queremos automatizar mais, termos uma ferramenta mais robusta (e talvez até um produto derivado dela) e dar ainda mais transparência para nossos clientes. Estamos criando algo muito interessante para a gestão de projetos de manutenção no formato ágil. No decorrer deste segundo ano, com certeza teremos novidades neste aspecto.

Refinamos um pouco os objetivos da empresa. Continuamos a buscar uma excelência técnica e um local de trabalho extremamente agradável para o desenvolvedor. E preferimos manter uma equipe pequena, mantendo nossa maneira de trabalho, do que crescer e sacrificar qualidade. Hoje o software White Fox é utilizado principalmente quando o cliente quer algum diferencial de qualidade e velocidade de construção. Continuamos a selecionar também nossos projetos, preferindo clientes que possuam experiência na contratação de desenvolvimento ágil e que consiga identificar um ROI nos projetos que necessita.

Consolidamos também nosso programa de novos integrantes. Hoje a White Fox possui somente 3 posições: estagiários, sócios juniores e sócios sêniores. O programa de estágio é utilizado para identificar e treinar novos talentos. Sócios júniores são pessoas que possuem um talento excepcional, estão identificados com os nossos valores e estão em um momento de transição até ter todo o necessário para ser um sócio sênior. E os sócios seniores participam da gestão da empresa e são convidados a atuar como investidores em todos os nossos empreendimentos. O modelo enxuto e claro facilita a conversa com novos interessados e auxilia na identificação do que é necessário para se fazer para ser parte dela.

As perspectivas para o segundo ano são ótimas. Continuaremos a atuar nas melhorias do nosso processo interno de desenvolvimento, buscando cada vez mais inserir o cliente com o uso de ferramentas automatizadas. Continuaremos a buscar projetos onde o software seja o diferencial competitivo. E continuaremos a trabalhar pra fazer produtos cada vez melhores, de maneira rápida e com um custo adequado. Vou mantê-los informados de como isto está evoluindo aqui por este blog. Até a próxima!

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Desenvolvimento Ágil e Processos

Esta semana tive a oportunidade de conversar com vários clientes sobre o desenvolvimento ágil e a quantidade de controles e processos que devemos utilizar para suportá-lo. No meu caso, a virada de 180 graus de um desenvolvimento waterfall clássico (com especificação, aprovação e execução) para um desenvolvimento ágil teve como conseqüência inicial a abolição completa de controles e processos – até porque os controles e processos waterfall não se aplicam a um desenvolvimento ágil.

Porém, esta abolição completa está começando a gerar efeito colateral negativo, em dois aspectos: rastreabilidade de decisões e controle de faturamento. A deficiência nestes dois aspectos me foi apontada por clientes e vem sido também sentida internamente pela equipe de desenvolvimento.

A questão da rastreabilidade significa entender, às vezes muito tempo depois da implantação, porque uma determinada funcionalidade foi implementada de uma certa maneira ou porque determinada decisão de negócio (ou de arquitetura) foi feita em detrimento de outras. E, em um desenvolvimento ágil, isto comumente se perde já que os itens de backlog vão sendo implantados e código produzido, ainda que bem comentado, não é suficiente para se manter a visão destas características. Embora as práticas ágeis não sejam contra a documentação (muito ao contrário), fica a questão do quanto e como se documentar. Uma documentação que não seja realmente útil significa gastar horas que poderiam estar melhorando o ROI gerando novas funcionalidades.

A questão do faturamento do trabalho produzido por uma equipe ágil também é um ponto problemático.Mesmo assumindo que o cliente já tenha comprado a idéia de usar uma metodologia ágil, ainda assim ele vai querer uma contabilização do que foi gasto e aonde. E embora o product manager e o cliente específico da funcionalidade tenham uma comunicação extensiva, muitas  vezes existem outras pessoas para as quais é importante prestar conta das atividades realizadas. Ainda que a produtividade seja alta, algumas vezes é difícil se ter uma visão do trabalho gerado em cada interação, especialmente em longos períodos de tempo.

Desta forma, nestes dois aspectos, é necessário se definir artefatos e processos mínimos que sejam capazes de gerar e armazenar estas informações. No nosso caso, o que temos feito é tentar automatizar estes processos através de sistema interno específico, para minimizar o tempo despendido na geração destes artefatos e para padronizar as informações produzidas. Assim, para a gestão do backlog, controle das atividades realizadas em cada iteração e armazenamento de notas referentes às tarefas realizadas, estamos desenvolvendo um produto web específico que denominamos Iterator. Nele, teremos a gestão do backlog, a definição das iterações com as específicas tarefas, um amplo suporte a notas, descrições e arquivos anexados a cada tarefa e uma visibilidade por perfil. Ele possui também um módulo windows que é utilizado pelos desenvolvedores para apontar, de maneira simples, rápida e minimamente intrusiva, as atividades em que atuou, permitindo a visibilidade pelos membros da equipe e stakeholders do projeto.

Alguns podem achar que desenvolver um sistema internamente para isto é um overkill, já que existem alguns produtos voltados à gestão e controle do desenvolvimento ágil. Porém, os melhores que analisamos ou são caros (outro conceito relativo, mas caros no nosso cenário) ou são voltados exclusivamente para a gestão de backlog (sem o lado de faturamento) ou simplesmente são muito complexos para se adotar, gerando custo excessivo de treinamento e adaptação. Desta forma, acredito que o custo de desenvolvimento do Iterator (que com o framework, não é tão alto assim), acaba sendo compensado por estes fatores. Finalmente, existe o objetivo de transformá-lo em um produto, o que traz outras compensações.

Se alguém possuir necessidades similares ou que use um produto que não atenda completamente e quiser influenciar no desenvolvimento, basta entrar em contato. Conforme formos evoluindo e quando tivermos algo disponível publicamente, eu notifico a todos por aqui. Até a próxima.

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