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White Fox: O Início

Após a definição do conceito do que buscava nesta minha nova empreitada, a White Fox está finalmente pronta e iniciou suas operações oficialmente este mês! É sempre algo muito especial participar da construção de uma empresa nova; mais especial ainda quando é uma empresa que representa um ideal buscado por muito tempo. Claro que iniciar uma empresa é sempre muito trabalho, muitos trâmites burocráticos, investimentos, implantação de toda a parte de infra-estrutura (ambiente, rede, telefonia etc.) e planejamento financeiro, tudo isto simultaneamente às atividades cotidianas e com uma equipe mínima! Muito cansativo, mas está valendo muito!

Estamos conseguindo começar com um time pequeno, mas totalmente alinhado ao conceito do que queremos para a empresa. Estamos também definindo os contratos de prestação de serviço com os clientes existentes para adaptá-los 100% a um formato ágil. Há uma grande necessidade de negociação, pois, por maior que seja a maturidade deles, sempre é complicado definir um contrato baseado neste tipo de desenvolvimento. Estamos tendo sucesso até agora e acredito que esta experiência vai tornar mais fácil a negociação com novos clientes.

Apesar de contarmos com uma grande vantagem inicial, que é a existência de clientes ativos, a White Fox vai agora encarar desafios bem importantes para se manter e crescer. Na minha visão, os problemas mais difíceis são a definição do processo de prospecção/venda mantendo o resultado, a gestão do crescimento e a definição de um processo interno de desenvolvimento. A questão da prospecção/venda é a mais difícil de ser equacionada. Prospectar significa ter tempo livre, fazer concessões a potenciais clientes (consultorias, análises, demonstrações) para que seja possível mostrar o nosso serviço e permitir que eventualmente seja fechado um contrato de desenvolvimento. Porém, este processo é caro já que o tempo investido é um tempo que deixa de ser aplicado no atendimento de clientes existentes e que, portanto, deixa de gerar receita. E um modelo agile prevê uma confiança enorme da contratante na contratada, o que faz com que muitas prospecções, para funcionar, exijam um grande investimento. Desta forma, prospectar pode significar comprometer grande parte, senão todo, o resultado obtido nos projetos em andamento para tentar trazer clientes novos. Assim, isto é algo que tem que ser pesado com muito cuidado e o que estamos fazendo é praticamente “escolhendo a dedo” os potenciais clientes que achamos que vale a pena prospectar. O lado negativo é que o crescimento é extremamente lento.

A gestão do crescimento é outro grande desafio. Encontrar profissionais prontos com o nível que necessitamos na White Fox é uma tarefa quase impossível. Encontrar pessoal com potencial é bem mais simples, porém treinar alguém com potencial até que esteja no ponto necessário é algo demorado e caro. E escolher o momento de incluir alguém também é algo que exige grande cuidado, já que para prospectar é necessário ter algum tempo livre de pessoas excelentes; no entanto a prospecção é lenta e o treinamento também, assim estes custos podem comprometer completamente o resultado de um período. Estamos tentando balancear isto com um programa de estágio para tentar identificar pessoas com grande potencial e ter um tempo de treinamento mais longo e com isto conseguir um tempo maior para prospecção.

O outro desafio que eu vejo é com relação à gestão interna do processo de desenvolvimento. Nós. por princípio temos uma equipe muito pequena, mas ainda assim é necessário um fluxo de trabalho que garanta o andamento das atividades básicas. Além disto, todos os clientes exigem algum tipo de contabilidade para a gestão de custos, o que significa que tudo o que fazemos deve ser de alguma maneira registrado e totalizado para efeito de faturamento. E como quase todos os nossos projetos são muito antigos, temos que funcionar bem com a manutenção e evolução de sistemas legados de qualidade variada. O que temos feito é dedicar um tempo na busca e definição de metodologia e ferramentas para nos apoiar nesta gestão. Gostamos muito do Scrum mas ele não é aplicável a projetos de manutenção. Da mesma forma, a maior parte das ferramentas de gestão de processos ágeis existentes deixa muito a desejar nesta parte de manutenção e contabilização. Estamos avaliando várias e considerando também a possibilidade de desenvolvimento de uma nossa, simples, mas quer iria atender por completo as nossas necessidades. Acredito que nas próximas semanas nós iremos chegar a uma definição.

No mais, muito trabalho, mas com uma equipe muito motivada. Estamos adotando uma postura minimalista com relação à parte administrativa e financeira; terceirizando quase tudo e adotando práticas que simplifiquem isto ao máximo. O mesmo vale para a parte de infra-estrutura, estamos utilizando quase tudo na Cloud; a única exceção é o source-control, que ainda assim fica em um espaço contratado de um datacenter. Conforme fomos evoluindo vou postando aqui as soluções e caminhos que adotamos. Até a próxima!

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